A Construção consciente do homem
Segundo Sartre, não nascemos prontos, temos a possibilidade de nos construir. O existencialismo propõe encarar todos os aspectos adversos da vida. Por isso é preciso ter a consciência que sua ação se reflete para a humanidade
Isaias Kniss Sczuk
Terminada a Segunda Guerra Mundial, surgiu na Europa, como um esforço de sua reconstrução, o Existencialismo. Na segunda metade da década de 1940, dizer-se existencialista não era pouco; era bem mais que professar uma filosofia, um credo. Era, sobretudo, adotar uma atitude. Não é difícil compreender que a geração que acabava de conhecer os horrores da guerra fosse naturalmente pessimista, e, ao mesmo tempo, inconformada. Declarar-se existencialista implicava um não-sei-quê de provocação, de escândalo, um pouco como uma rebeldia, uma indisciplina. As pessoas, mesmo sem entender o termo, sentiam-se provocadas e lhe atribuíam apanágios negativos, entendiam o Existencialismo como atitude proibida e profana.
Sartre, em sua conferência O Existencialismo é um humanismo, proferida e publicada em 1946, defendia, diante de alguns católicos e marxistas, que o Existencialismo não se trata de uma filosofia pessimista, contemplativa e passiva, mas de uma doutrina capaz de tornar a vida humana possível. Por outro lado, declarava que toda verdade e toda ação implicavam um meio e uma subjetividade humana. Ele dizia que a maior parte das pessoas que utilizavam o termo Existencialismo ficaria bem embaraçada se tivesse que explicá-lo, pois essa palavra tinha assumido uma tal amplitude que já não significava absolutamente nada. Mas Sartre afirma que o Existencialismo é uma doutrina menos escandalosa e a mais austera; e destinada exclusivamente aos técnicos e aos filósofos.
Isaias Kniss Sczuk é professor de Filosofia no Colégio Sinodal Doutor Blumenau e na Escola de Educação Básica Estadual José Bonifácio, ambas em Pomerode, Santa Catarina. Possui graduação em Filosofia e especialização em