a metropole e a vida mental
A metrópole e a vida mental
George Simmel
Com a reivindicação que o sujeito faz de preservar sua autonomia e a individualidade de sua existência, surgem os problemas mais graves da vida moderna. O século XIII fez com que o homem se libertasse às dependências históricas em relação ao Estado, religião, moral e à economia, exigindo assim, uma especialização funcional do homem e seu trabalho, tornando-o incomparável com o outro e indispensável também. O autor afirma que a metrópole (que tem um profundo contraste com a vida no campo) extrai uma diferente quantidade de consciência do homem do que nas pequenas cidades, onde há o descanso de relacionamentos profundamente sentidos e emocionais. A metrópole então, reagiria com a cabeça no lugar do coração: “A reação aos fenômenos metropolitanos é transferida àquele órgão que é menos sensível e bastante afastado da zona mais profunda da personalidade. A intelectualidade, assim se destina a preservar a vida subjetiva contra o poder avassalador da vida metropolitana”. A pessoa intelectualmente sofisticada, é indiferente a toda individualidade que resulta em relacionamentos e reações que não podem ser resolvidos com operações lógicas. Se reduz toda individualidade e qualidade, à: quanto?, por motivos de transformação de indivíduos em números. A metrópole se consiste quase que inteiramente pela produção para o mercado, para compradores desconhecidos que nunca entram em contato pessoalmente com o produtor. Através dessa anonimidade, os interesses de cada parte adquirem um caráter impiedosamente prosaico; e os egoísmos econômicos intelectualmente calculistas de ambas as partes não precisam temer qualquer falha devida aos imponderáveis das relações pessoais. Esse caráter metropolitano está ligado à economia do dinheiro. A mente do homem moderno se tornou cada vez mais calculista, pois a economia do dinheiro estendeu-se à vida prática – a partir da matematização da natureza – reduzindo os valores