A metropole e a vida mental
Georg Simmel Tradução de Sérgio marques dos Reis In “O Fenômeno Urbano” Organização e introdução de Otávio Guilherme Velho Rio de Janeiro, Zahar, 1977
Um dos problemas mais graves da vida moderna segundo Georg Simmel seria o individuo querer preservar seus costumes, sua individualidade e autonomia. Seria no caso um avanço da transformação da luta do homem com a natureza para sua existência. O autor mostra também que a vida em sociedades urbanizadas pode trazer conseqüências psicológicas nos indivíduos que dividem o espaço das cidades. E para tentar se defender dessas conseqüências os indivíduos adotam uma série de comportamentos como, por exemplo: “contatos superficiais; intelectualização do “self”; e até mesmo o que ele chama de atitude blasé”. Esses comportamentos são necessários para a manutenção da estabilidade psíquica nas grandes cidades segundo Simmel. Utilizando também o método comparativo, ele faz uma diferenciação do meio urbano ao meio rural, além disso, o autor abre um dialogo sobre a psicologia e a psiquiatria. Os principais conceitos importantes no texto são o de espaço urbano como: a relação dividida entre a dependência gerada pela divisão social do trabalho e a autonomia conquistada nos espaços urbanos; a idéia de indivíduo multifacetário (aquele que tem várias faces) que possui liberdade para viver diferentes formas de sua identidade; comportamento mental urbano que se caracteriza pelo distanciamento de relações afetivas; intelectualização que seria o afastamento do indivíduo do excesso de relações e estímulos afetivos numa grande sociedade; e a “atitude blasé” que seria a indiferença do indivíduo que tem tudo que deseja através da moeda sem precisar dos outros cidadãos urbanos. O texto fala que com a expansão da moeda no mercado criou-se um processo de raciocínio do próprio indivíduo. Assim como Weber inicia sua análise da formação do espaço urbano, Simmel também vê a cidade como um local de