A metrópole e a vida mental
A base psicológica do tipo metropolitano de individualidade consiste na intensificação de estímulos nervosos que é resultado da alternação entre estímulos exteriores e interiores. A mente do homem é estimulada pela diferença entre a impressão de um certo momento e o que a procedeu. A metrópole extrai do homem uma quantidade de consciência diferente do que a vida rural extrai. Na vida rural, o ritmo de vida e do conjunto sensorial de imagens flui mais lentamente, de modo mais habitual. É nessa diferenciação que o caráter sofisticado da vida psíquica metropolitana se torna compreensível. Os sentimentos se enraízam nas camadas mais inconscientes do psiquismo e crescem sem grande dificuldade. O intelecto, entretanto, se situa nas camadas conscientes do psiquismo. Para acomodar-se à mudança e ao contraste de fenômenos, o intelecto não exige qualquer choque ou transtorno interior. A vida metropolitana implica uma consciência elevada e uma predominância da inteligência no homem metropolitano. A intelectualidade se destina a preservar a vida subjetiva contra o poder avassalador da vida metropolitana. A metrópole moderna, é provida quase que inteiramente pela produção, e essa característica faz com que a mente moderna se torne mais e mais calculista. Somente a economia do dinheiro foi a que chegou a encher os dias de tantas pessoas com determinações numéricas com relações a valores quantitativos e qualitativos. Através da natureza calculativa do dinheiro, uma nova precisão, uma ausência de ambiguidades nos acordos e combinações surgiram nas relações, entretanto, as condições de vida metropolitana são simultaneamente causa e efeito dessa característica. A técnica da vida metropolitana é inimaginável sem a mais pontual integração de todas as atividades e relações mutuas em um calendário estável e impessoal. Pontualidade, calculabilidade, exatidão, são introduzidos à força na vida pela complexidade e extensão da existência metropolitana.