A Manifestação de Sentimentos no Santo Daime
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A Manifestação de Sentimentos no Santo Daime Rehen tem como objetivo analisar o espaço ocupado por algumas emoções na visão de mundo dos seguidores da religião do Santo Daime e tem como foco a distinção entre sentimentos tidos como nobres (amor e alegria) e pouco nobres (inveja e raiva), discutindo relação entre conceitos de emoção construídos e vivenciados pelo o grupo de religiosos e as relações sociais e a cosmologia daimista. O autor descreve que muitos autores clássicos destacam a relevância dos sentimentos para compreensão da vida social e muitos desses autores vincularam a ideia a uma suposta natureza universal e imutável dos seres humanos. Exemplos desses autores clássicos, são Émile Durkheim e Marcel Mauss, mas quem realmente mapeou a ‘antropologia das emoções’, foram Lila Abu-Lughod e Catherine Lutz, dando origem a um campo específico, chamado de ‘contextualista’. Rehen cita, Luna 1986, descrevendo que a bebida é de origem amazônica, feita a partir de cipó e folha de arbusto, que é conhecida como ‘cipó dos mortos’. Foi utilizada por indígenas nativos e descoberto e rebatizado por Raimundo Irineu Serra, no qual deu origem ao Santo Daime, afirmando que mantinha miração com a Virgem da Conceição e a partir disso, recebeu hinos de louvores que poderam transmitir as instruções dos princípios do Santo Daime. Cita também, Groisman 1999, que o ecletismo do Daime é base de liturgia e da cosmologia, formadas por catolicismo popular, de cultos afro-brasileiros, de tradições maranhenses, do esoterismo europeu e de traços indígenas. Na igreja, todos ficam ao redor de uma mesa de seis pontas, que contém velas, flores e uma cruz central (‘Cruzeiro’), os hinos são tidos como a própria ‘voz’ da doutrina: legitimam as práticas e dão a direção para os usuários do chá. L. K. F. Renhen, quando analisa os hinários, cantados por todos os participantes, percebe com facilidade a primazia dos sentimento (amor divino e a alegria) no fomento de uma