A Língua de Eulália - Música e Maestro
MÚSICA,MAESTRO
A partir de símbolos musicais, na casa de Eulália, Irene explica a mudança do som da vogal "e" por "i" e "o" por "u", justificando com a hipótese de que esta pronúncia dá-se pelos paulistanos devido o processo de colonização realizada pelos Italianos. Segundo a linguista, este tipo de ocorrência acontece para a harmonização vocálica da palavra, para a variedade sonora, desapegando da linguagem escrita para os pontos da linguagem oral, percebendo-se assim as variações linguísticas. Fala-se também quanto às influências e convivências sociais que formam os hábitos linguísticos em relação à fala. Questionando a questão dos átonos pretônicos que estão presentes tanto no (PP) Português Padrão, quanto no PNP (Português Não Padrão). Irene explica como os fenômenos linguísticos dão musicalidade à Língua Portuguesa (devido a variedade sonora), caracterizando os átonos postônicos e pretônicos um fenômeno natural, presente em todo o domínio de nossa Língua Portuguesa. Logo, entendendo-se que as vogais “E” e O” postônicas (de redução) são pronunciadas de maneira mais fraca, soando como “I” e “U” (exemplo: ovo – ôvu, ele bebe – êli bebi). E as pretônicas (de harmonização vocálica) fazem com que as mesmas se reduzam e sejam pronunciadas com “I” e “U” (exemplo: chovia – chuvia, cabeludo –cabiludo). Isto ocorre porque as vogais I e U são as mais altas (e mais fechadas), do ponto de vista fonético da nossa Língua e quando estão presentes na sílaba tônica, estas puxam as vogais pretônicas (E e O) “para cima”, fazendo-as fechar para criar um único som (formando um grupo harmônico). Verifica-se também que, em presença das consoantes B e M, ocorre a elevação da vogal O átona pretônica (exemplo: bolacha – bulacha, moeda – mueda).