A língua das mariposas
Ir a escola pela primeira vez é um grande desafio para uma criança.
Não importa a idade, independe do país e mesmo do contexto histórico no qual está inserida a criança. A superação da insegurança só acontece após alguns dias, depois de uma plena adaptação, através da qual o menino ou menina conheça seus colegas, compreenda a dinâmica do ambiente escolar e trave o necessário e primordial contato com seu professor.
Nesse aspecto, a figura do professor é definidora não apenas no sentido da ambientação.
Os mestres respondem pela própria paixão a ser despertada nos infantes.
Parte deles toda a energia vital que, necessariamente, contagia os alunos e faz com que eles não apenas se sintam bem na escola, mas também, que alimentem certa paixão pela aprendizagem, pelo conhecimento, pela pesquisa...
José Luiz Corda, cineasta espanhol, retratou com grande êxito, os primeiros passos do menino Moncho (Manuel Lozano), de sete anos, nessa grande aventura de ingressar na escola, através de seu filme “A Língua das Mariposas”.
A sensibilidade do filme de Corda nos remete a duas outras grandes obras recentes da filmografia europeia, as produções italianas “A Vida é Bela”, de Roberto Begnini e “Cinema Paradiso”, de Giuseppe Tornatore.
Além disso, a intensa relação que se define entre Moncho e seu velho professor Don Gregório (Fernando Fernán-Gomes) nos fazem lembrar das parcerias estabelecidas entre Giosué e Guido (de “A Vida é Bela”) e entre Totó e Alfredo (de Cinema Paradiso).
Entretanto, diferentemente daqueles filmes, “A Língua das Mariposas” tem como foco a relação professor-aluno.
Estabelece a imagem do professor humano, caloroso, próximo e paciente.
Nos mostra a atitude do profissional da educação como aquela do erudito, que lê, pesquisa, conversa regularmente com muitas pessoas e é admirado pela comunidade.
O filme nos mostra Don Gregório como uma figura impar dentro do contexto educacional da época retratada (o filme se passa no