A língua como forma de encantar
Ao observarmos uma pessoa se comunicando com outra de maneira informal e despreocupada, e compararmos esse discurso com um poema, por exemplo, ou um advogado falando para o tribunal, podemos perceber que a língua tem um aspecto que vai além da comunicação, a língua serve também, nesses últimos casos como uma forma de encantar, de seduzir de deslumbrar.
Quando queremos passar uma informação clara e precisa, precisamos usar uma linguagem que nosso interlocutor compreenda com facilidade, e então utilizamos um vocabulário mais simples e objetivo. Mas quando queremos provocar reflexão, interiorização e encanto, utilizamos um discurso mais arrumado e mais subjetivo.
Em tempos antigos, entretanto havia uma preocupação maior com a língua no Brasil, seja qual fosse o discurso, por conta de uma forte influencia da elite que não queria se misturar com as camadas mais baixas da população, eles rejeitavam a variante nacional da língua, afirmando que o português “clássico” vindo de Portugal era superior e que, portanto os brasileiros não sabiam falar português... Ora! Mas para que serve a língua se não para se comunicar? Neste caso e questão a língua expressava o poder e dominação das camadas mais altas da sociedade, o que era erudito é que era o belo, o que era correto, o que era melhor.
A verdade, é que são as camadas mais baixas da população, que por serem mais numerosas é que de certa forma “mandam” na língua, e por conta às vezes, da falta de estudo, se desprendem das regras em das palavras rebuscadas, e criam maneiras novas de falar que geralmente são mais curtas e simples; isso é evolução, e não deterioração, pois assim como Darwin estudou, os seres tendem a evoluir para se adaptar, e essas mudanças tornam suas vidas mais fáceis, ou seja, a língua também tende a se tornar mais prática facilitando assim avida dos falantes.
Acredito então, que a preocupação com a língua serve apenas para dar mais sabor ao nosso discurso, para criar