a luta pelo direito

É que a essência do direito, como já muitas vezes repetimos, consiste na ação. Aação livre é para o sentimento jurídico o que o ar livre é para a chama: diminuí-la ou perturbá-laé abafá-lo inexoravelmente.” (p. 82) Obra de Rudolf von Ihering, A luta pelo direito expõe deforma firme e convicta o sentimento jurídico do autor, em constante defesa por um direito justoe eficaz.Ihering inicia sua obra afirmando que a luta é o constante meio de se alcançar oideal de direito, não obstante milhares de indivíduos não compreenderem o direito como luta, pois sua experiência pessoal conhece apenas o estado de paz e de ordem. Como um herdeirorico que nega que a propriedade seja fruto do trabalho, muitos são os que se acomodam quantoà realidade do direito. “Sem luta não há direito, como sem trabalho não há propriedade.” (p. 99)Como forma de contraposição às suas ideias, Ihering, apresenta a teoria de Savigny e de Puchtasobre a origem do direito, a qual ataca com verocidade. Segundo os teóricos anteriores, o direitose origina sem dificuldades, sem esforço ou luta, tal como a formação da linguagem, o que paraIhering é demasiado romântico e irreal, pois “todas as grandes conquistas que a história dodireito registra [...] foram alcançadas assim à custa de lutas ardentes.” (p. 28) A abolição daescravatura, a liberdade das crenças e das indústrias, dentre outras conquistas, foram promovidas por lutas que perduraram séculos.Direito abarca uma idéia de um movimento histórico de progressiva transformação,cujo nascimento é “acompanhado das vivas dores do parto.” (p. 31)
Um direito adquirido sem custo não vale, nem mais nem menos, que o meninoencontrado sobre uma couve, no conto feito para as crianças. Desse menino podequalquer um apoderar-se. Mas a mãe que deitou o filho ao mundo não deixará quealguém o tome, como um povo não deixará jamais roubar os direitos e asinstituições que conquistou à custa do próprio sangue. (p. 31-32)
O fato do direito demandar dor cria entre ele e os homens um