A linguegem
Disse Ezra Pound: “O poeta é a grande antena da raça.” A apresentação de Miró na Bienal começou com a visualização do curta-metragem “Preto, Pobre, Poeta e Periférico”.
A apresentação teatral de Miró conseguiu prender a plateia que interagiu com seus poemas e suas provocações. Miró respondeu sobre sua condição de poeta e da maneira como a crítica o enxerga.
No vídeo apresentado, Jomard Muniz de Britto defende que devemos derrubar o título de “poesia marginal” – poesia é poesia!
Miró contou como funciona sua disciplina narrática e do hábito constante de escrever: “Se eu fico três dias sem escrever um poema, eu fico com uma coceira na ponta da caneta.”.
UMA DESCONCERTANTE POÉTICA DO COTIDIANO
Considero Miró da Muribeca o melhor recitador de Pernambuco. Sua desconcertante poética do cotidiano vem de uma deliciosa e selvagem verve coloquial-crítica, somente encontrável em raros poetas da herança contracultural e da marginália. A sociologia da arte já o descobriu, mas sempre haverá perguntas que ficarão sem respostas (insondáveis mistérios do inconsciente coletivo).
A nossa nobre editora Cida Pedrosa passou-me a missão de articular uma entrevista com este singularíssimo bardo alternativo, mas tudo o que eu pude fazer foi levantar nove temas pra ele comentar (o meu ganha-pão tem imposto sérios limites à minha agitação cultural e literária).
Confiram então os comentários rápidos e sintéticos do nosso Maiakovski das Periferias de Jaboatão (quem quiser conferir outros trabalhos dele, pode garimpá-los no Interpoética).
PUBLICAÇÃO
O veículo não tem maior importância. Tanto faz, desde que não haja cortes ou modificações. Todos os meus livros foram feitos de forma independente. Fiz livros pequenos, com o apoio carinhoso de Zizo, o grande poeta operário humanista. Fiz também com o apoio de sindicatos, como SINTEL, SINDSEP, BANCÁRIOS. Estou na coletânea Marginal Recife, da Fundação de Cultura. Fui editado pela “Livros e