A linguagem e o conhecimento em sala de aula
Texto 4:
Os fenômenos da natureza em si não são realmente os objetos da Ciência, mas sim as construções que a comunidade científica desenvolve para interpretar a ciência. Nesse sentido o ensino de ciências deve estar comprometido com as práticas científicas e com as construções desenvolvidas pela comunidade científica.
É importante que um problema seja lançado para dar início a construção do conhecimento. Como elaborador de questões o professor permite que os alunos participem de forma ativa na criação de um conhecimento comum. Dessa forma o aluno tem a oportunidade de argumentar, participar e expor seu raciocínio. E o professor pode dar sentido nas diferentes explicações dos alunos.
A participação ativa do aluno é a base de todas as teorias construtivistas. O aluno, indivíduo, é o construtor do seu próprio conhecimento e o professor é o mediador para que isso ocorra, propondo problemas que dirijam o raciocínio do aluno, ouvindo as diferentes respostas, sabendo que existem concepções espontâneas que o aluno trás da sua própria vivência.
É importante também que haja uma interação aluno-aluno, pois eles tem melhor facilidade de comunicação por apresentarem níveis linguísticos semelhantes. Neste sentido a discussão entre os próprios alunos permite que levantem, reflitam e testem suas próprias hipóteses sobre a questão proposta.
Para expor suas próprias ideias o aluno precisa encontrar na sala de aula um ambiente encorajador, caso contrario ele se sentirá inibido e terá medo de se expor. Mesmo que suas ideias estejam erradas não será encorajador receber uma negativa. O professor poderá então aceitar as ideias do aluno e procurar entender qual raciocínio o levou a tal conclusão. Assim as concepções espontâneas dos alunos são tratadas como hipóteses que podem ser testadas.
O problema também precisa se significativo para o aluno, ou então não se sentirá motivado e não fará a construção desejada.
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