A Linguagem Humana
A linguagem humana tem sido concebida, no curso da História, de maneiras bastante diversas, que podem ser sintetizadas em três principais:
a. como apresentação ("espelho") do mundo e do pensamento;
b. como instrumento ("ferramenta") de comunicação;
c. como forma ("lugar") de ação ou interação.
A mais antiga destas concepções é, a primeira, embora continue tendo seus defensoras na atualidade. Segundo ela, o homem representa para si o mundo através da linguagem e, a função da língua é representar (=refletir) seu pensamento e seu conhecimento de mundo. A segunda concepção considera a língua como um código através do qual um emissor comunica a um receptor determinadas mensagens. A terceira concepção finalmente, é aquela que encara a linguagem como atividade, como forma de ação, ação interindividual finalisticamente orientada; como lugar de interação que possibilita aos membros de uma sociedade a prática dos mais diversos tipos de atos, levando ao estabelecimento de vínculos e compromissos anteriormente inexistentes.
LINGÜÍSTICA DO SISTEMA X LINGÜÍSTICA DO DISCURSO
A linguística moderna, fiel a seus princípios básicos, apresentou-se inicialmente como uma linguística do sistema (linguística da “langue”, em termos saussureanos): utilizando a célebre metáfora do jogo de xadrez, caber-lhe-ia descrever o tabuleiro, as peças de diversos tipos e as regras do jogo. Em termos linguísticos, isto significa descrever, num determinado estádio da língua (isto é, sincronicamente), as unidades pertencentes aos diversos níveis da língua (fonemas, morfemas, etc.), sua posição no sistema e as suas regras combinatórias. Foi essa a razão pela qual, durante o estruturalismo, a fonologia e a morfologia tiveram grande desenvolvimento.
Com o advento da teoria gerativa, a sintaxe (estudo das estruturas frasais de uma língua) veio a tornar-se o centro dos estudos linguísticos.
A semântica, timidamente a princípio, depois com maior