Linguagem humana
Alfredo Maceira Rodríguez 1. INTRODUÇÃO
A Lingüística como ciência é relativamente nova. Como toda disciplina, para adquirir o status de ciência, tem que dispor ao menos de um objeto de estudo e de uma metodologia. Os antigos gregos já se preocupavam com estudos lingüísticos do ponto de vista filosófico. A língua, como todo conhecimento humano, explicava-se dentro dos postulados de uma escola filosófica. Desde o Renascimento até o século XIX, os estudos lingüísticos esporádicos e limitados que se realizavam na Europa tinham como base filosófica a escolástica . Foi somente nas primeiras décadas do século XIX, sob os postulados evolucionistas por um lado e a vontade de descobrir as raízes das nacionalidades por outro, sobretudo nos países germânicos, que metodologias científicas foram empregadas nas pesquisas língüísticas, dando origem à descoberta das protolínguas, destacando-se entre estas o indo-europeu.
Seguindo a teoria evolucionista dominante , supunha-se que as línguas obedeciam às leis biológicas, como os demais organismos, e, para estudá-las, o método que se considerava adequado era o que veio a denominar-se histórico-comparativo. Estudava-se a evolução histórica da língua e comparava-se com as demais línguas conhecidas. A falta da prova material de um elemento lingüístico de qualquer língua, ou mesmo de toda uma protolíngua, não impedia sua reconstituição hipotética, dedutível que era pelas leis da evolução e comprovada por sua existência nas demais línguas conhecidas.
A reconstituição da fala humana, em que pese ao enorme esforço desenvolvido pelos comparativistas, só pôde recuar alguns milênios, embora o homem na terra seja muito mais antigo e, como ser gregário, empregaria algum sistema lingüístico de comunicação, do que não ficou qualquer vestígio. O proto-indo-europeu e outras protolínguas são reconstituições hipotéticas.
No decorrer dos estudos lingüísticos confrontam-se duas correntes:
1. A que