A interação social e o desenvolvimento humano
Maria Salete Fábio Aranha1
Universidade Estadual Paulista - Bauru
Trabalhando com o estudo da interação e do desenvolvimento de relações sociais há algum tempo, sentimos necessidade de, olhando retrospectivamente, analisar as leituras que têm norteado a busca de conhecimento acerca desse fenômeno. Parece-nos importante a localização, a identificação e a análise das tendências teóricas e dos procedimentos metodológicos que têm caracterizado essa investigação, na tentativa de iniciar um processo de sistematização do conhecimento já produzido, bem como de detectar direções para pesquisas futuras.
Pretendia-se realizar um trabalho extenso de revisão da literatura visando atender às necessidades acima expostas. Entretanto, limitações em condições objetivas (vasta quantidade de trabalhos, dificuldade de acesso a muitos deles, questão de limitação de tempo) impediram o alcance da meta inicialmente assumida. Desta forma, a análise que aqui vamos expor restringiu-se a uma amostra mais restrita de publicações, embora algumas delas sejam revisões muito boas e razoavelmente abrangentes de material produzido em determinados períodos cronológicos. Embora permaneça a idéia e a proposta de sistematizar o conhecimento já produzido sobre o tema em questão, estaremos nos atendo à apresentação das principais tendências teóricas e metodológicas assumidas até o presente momento.
No estudo sobre o desenvolvimento humano, a interação social tem ocupado diferentes espaços, dependendo da função a ela atribuída por diferentes abordagens teóricas.
O interesse pela questão das relações sociais interpessoais surgiu ainda no século XIX, época em que se iniciaram o questionamento e a reflexão sobre os efeitos dos grupos sociais no comportamento humano. Entre 1830 e 1930, pode-se constatar uma produção muito rica e variada de idéias, cujos eixos comuns eram: 1. a pressuposição de que as experiências de grupo encontram-se entre os mais