A Insustentável Leveza do Amor

A Insustentável Leveza do Amor
Josimar Antônio de Alcântara Mendes1

Talvez até seja meio piegas parafrasear a ilustre obra de Milan Kundera para falar de um tema tão presente em nossas relações: o amor. Que seja! De qualquer forma, peço licença para falar sobre este assunto que dizem andar pelas alcovas dos amantes, na boca dos apaixonados e rechaçado na fala dos ditos recalcados.
Há muito tenho o amor como importante contingência existencial de minha história e não poderia ser diferente para um pisciano, poderia? A minha relação com o amor sempre fez de mim aquilo que as pessoas poderiam chamar de ‘romântico’. Mas calma! Antes que você se desespere ou torça o nariz, não quero fazer aqui o Vale a Pena Ver de Novo da Era de Ouro do Romantismo! Quero apenas compartilhar algumas reflexões que pude ter sobre algumas questões ligadas ao amor.
Como psicólogo que trabalhou e ainda trabalha com famílias (e casais) em situação de disputa de guarda na Justiça – além de casais em situação de violência doméstica – já tive a oportunidade de ver e pensar muito sobre aquilo que as pessoas chamam de ‘amor’, bem como as coisas que se faz em seu nome. Essa experiência sempre me deixou seguro de que pensar o amor e os seus desdobramentos é algo muito complexo de se fazer. Existe também, é claro, a minha própria experiência com o amor em minhas relações, o que me implica de forma significativa na discussão do tema. Contudo, só a partir de algumas últimas experiências que tive (as quais irei citar a seguir), é que pude, de fato, imergir no universo de ideias, sentidos e significados que o amor pode ter nas relações humanas. A primeira experiência foi a grata oportunidade de assistir no Festival Internacional de Teatro de Brasília, 2012 – O Cena Contemporânea – a peça [Des]Conhecidos da Probástica
Companhia de Teatro, residente no Rio de Janeiro.
A peça é sedutoramente estrelada por Chandelly Braz (a Brunessa de Cheias de Charme) e
Igor Angelkorte, além de