Ciume e inveja em "um amor de swan" proust
Swann é um personagem difícil de encontrar em nossos dias “fast-food”. Ele é culto e aparentemente com controle sobre seus desejos, homem que seduz apenas o que o autor chama de “mulheres inferiores”. Proust (2006, p.20) classifica Swann como “àquela categoria de homens inteligentes [...] em que tremia a idéia de ser desprezado, quando diante de uma camareira.”
Não posso deixar de comparar Swann com o personagem de Milan Kundera “Tomas” de “A insustentável leveza do ser”, ambos são: atraentes, sedutores, bonitos, possuem conforto financeiro, tudo o que é necessário para fruir a vida sem o peso do compromisso da vida a dois, ambos os personagens querem estabelecer relações informais com mulheres que admiram o vazio que eles representam.
A diferença primordial entre o personagem “Tomas” e “Swann” reside no fato de que Tomas vive o conflito entre a leveza da pseudo-liberdade e o peso do compromisso, já Swann se vê apanhando por uma paixão doentia e ciumenta da cortesã Odette, uma mulher considerada inferior, que admira muito Swann, mas que ele não é capaz de saciar.
Ele é pego em sua própria armadilha, aqui narciso se vê apanhado pelo espelho, o amor parece algo traiçoeiro, o desejo de posse sobre o outro é algo do qual Swann não consegue mais escapar. Odette diz: “compreendo que nada posso fazer, pobre de mim, ao lado de grandes sábios como você, eu ficaria como um burro diante de um palácio”. Mesmo quando Odette se rebaixa diante de Swann isso não é suficiente, ele se vê apanhado por uma mulher que agora o trata da mesma maneira que ele sempre tratou as mulheres.
O homem apaixonado deseja a exclusividade típica de todo amante, em alguns