A inoperância da justiça estimula a criminalidade
Por Daniele Mertz
Todos os dias ao lermos os jornais, ou mesmo assistindo aos telejornais, deparamo-nos com os casos e cenas nunca antes imaginados. Criança não brinca mais de “polícia e ladrão”, resolveu que ser bandido na vida real é muito melhor. Será que o mundo ainda será seguro para nossos filhos? Será que os bandidos serão tratados como tais e punidos, severamente por seus crimes? A justiça, em algum momento, fará justiça?
Segurança virou “carro chefe” em tempos eleitorais, porém esta, agora tão comentada, limitou-se a projetos que, talvez, nunca passarão de promessas e papéis gastos. A pouco mais de 10 anos, as crianças podiam desempenhar este papel, e brincar na rua, em frente a suas casas, jogar bola e ser feliz. Nos tempos atuais, a história mudou de tom. O menino de 8 anos aprendeu a roubar, e já entendeu, por experiência própria, que a justiça é ineficaz. Fora preso por inúmeras vezes e solto outras tantas, que se sente totalmente, indiscutivelmente intocável. O adolescente participou do latrocínio com seus comparsas adultos, e na delegacia assumiu toda a culpa pelos disparos, tendo a certeza de que não será penalizado.
Mediante a este código penal defasado, os infratores sentem-se livres para infringir as leis, pois sabem que se forem presos, terão de cumprir apenas um terço da pena. E após esse tempo, terão acesso livre à sociedade, esta que os aprisionou. O homem, durante uma discussão, sacou a arma e atirou doze vezes contra seu desafeto. Foi preso, julgado e condenado a doze anos de prisão, dos quais cumpriu meros quatro anos. Agora está em liberdade para fazer novamente. E certamente o fará, já que o sistema penal fora tão gentil com ele, e durante seu tempo de cárcere, ajudou sua família, dando-lhes muito mais que os rendimentos mensais de um trabalhador, para o sustento de seus pobres e desamparados filhos.
A justiça existe para que as leis sejam cumpridas, alguém disse certa vez. E