A imagem-tempo
O que define o neo-realismo é essa ascensão de situações óticas e sonoras, mesmo que no início do neo-realismo não houvesse som sincronizado, que se distinguem essencialmente das situações sensório-motoras da imagem-ação no antigo realismo. Podemos relacionar este nível de importância à conquista de um espaço puramente óptico na pintura ocorrida com o impressionismo. Ressaltamos que o espectador sempre confrontou com “descrições”, com imagens óticas e sonoras e nada além disso. No entanto, esta não é a questão, pois os personagens reagiam as situação, ainda que uma delas se encontrasse reduzida à impotência, “era, em virtude dos acidentes da ação, atada e amordaçada”. O que era percebido pelo expectador consistia em uma imagem sensório-motora onde ocorria, ainda que não totalmente, por identificação com os personagens.
Vale ressaltar que Hitchcock faz uma reversão a esta forma de ver a questão incluindo assim o espectador no filme. No entanto, apenas no cenário atual que há uma reversão desta identificação – o personagem passa a se tornar também uma espécie de expectador. Ainda que se mexa, corra, agite a situação em que está extravasa, de todos os lados, segundo o autor, suas capacidades motoras, e lhe faz ver ouvir o que não é mais passível, em princípio, de uma resposta ou ação. Ele registra, mais que reage. Está entregue a uma visão, perseguido por ela ou perseguindo-a, mais que engajado numa ação. (Deleuze, 1990:11).
Quanto à Fellini, ainda em seus primeiros filmes, podemos observar o cotidiano se