A Humildade de Cristo - O Modelo da Vida Cristã
A HUMILDADE DE CRISTO: O MODELO PARA A VIDA CRISTÃ
Rodrigo da Cunha Carvalho – 3º ano
“5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo
Jesus, 6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; 7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, 8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. 9 Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11 e toda lingua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2.5-11, Almeida Revista e Atualizada).
A doutrina do auto-esvaziamento ou kenosis deriva do verbo ἐκένωσεν
(aoristo do verbo κενóω1 = tornar vazio, privar de força, esvaziar, aniquilar2), usado em Filipenses 2.7 pelo apóstolo Paulo para identificar a atitude de Cristo de não ter se valido da sua natureza divina, antes dela se auto-esvaziou, assumindo a forma de servo e, tornando-se semelhante aos homens, a si mesmo se humilhou, obedecendo até à morte na cruz.
Conceituar, explicar a natureza, a extensão e as implicações do autoesvaziamento não é tarefa fácil, especialmente por estar ligada a dois outros aspectos da Cristologia: a encarnação (o verbo que se fez carne) e a união hipostática (a dupla natureza, divina e humana). Tanto é, que os três assuntos
(kenosis, encarnação e união hipostática) têm sido objeto de discussão durante toda a era cristã e, em conjunto, têm servido como base para a formulação de inúmeras teorias. Langston3 resume e diferencia bem a variedade de teorias que surgiram sobre a pessoa de Cristo nos primeiros séculos do cristianismo: ebionismo (107
d.C.): negava a realidade da sua natureza divina; docetismo (70-170 d. C.): negava a realidade da sua natureza humana; arianismo (325 d.C.): negava a