A história do congo
01/06/2001
Nos últimos anos o congo tem ocupando cada vez mais, lugar de destaque nos veículos de mídia, e nas discussões entre os artistas e intelectuais. No entanto, são poucas as informações sobre a origem e formação desses conjuntos musicais, que já foram chamados de bandas de índios, bandas de congos, e atualmente bandas de congo. O congo é considerado por estudiosos das tradições populares do Espírito Santo, como uma dança folclórica, por ser um grupo musical de estrutura simplificada, com dançadores e um dirigente (mestre), possui coreografia própria, sem texto dramático, e outras pessoas podem ser incluídas, isto quer dizer: podem participar desta manifestação, que possui características próprias sem igual em outros estados do país.
AS BANDAS DE ÍNDIOS
A origem das bandas de congo é anterior ao século XIX. Entretanto, a sua formação inicial foi perdida com a aculturação dos povos indígenas. Esses grupos musicais descendem dos cantos e rituais dos índios. O historiador e mestre Guilherme Santos Neves, que muito contribuiu para o conhecimento do nosso folclore, conta-nos que os primeiros registros impressos sobre elas, conhecidas como Bandas de Índios, são do Padre Antunes de Siqueira (1832-1897), poeta, teatrólogo, educador e filólogo, natural de Vitória, exerceu as funções de sacerdote em São Mateus e na Aldeia Velha (Santa Cruz), por volta do ano de 1855. Ele descreveu a forma do primitivo conjunto musical, integrados por índios Mutuns, que habitavam as margens do Rio Doce: "Nas danças acocoram-se todos em círculo, batendo com as palmas das mãos nos peitos e nas coxas”. (1) Indica também o instrumental por elas utilizado: "Os cassacos (casaca), um bambu dentado, corrida a escala por um ponteiro da mesma espécie; e também tambores feito de pau cavado, às vezes oco por sua natureza, tendo em uma das extremidades um couro, pregado com tarugos de madeira rija (...). A eles juntam o som produzido por um cabaz {cabaça}, cheio