PEQUENO REGISTRO SOBRE A HISTÓRIA DO CONGO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
INTRODUÇÃO:
O termo “patrimônio histórico” tem como definição clássica a concepção de algo que se refere a um bem material móvel, imóvel ou natural, que tenha um significado para um grupo, comunidade e, numa forma mais ampla, para uma sociedade. Atualmente, especialistas e estudiosos têm substituído o termo patrimônio histórico pela expressão patrimônio cultural. Essa nova nomenclatura está diretamente relacionada a um pensamento mais amplo do que seja, em potencial, um patrimônio humano. Nesse sentido, o termo patrimônio cultural abre espaço para o reconhecimento de uma série de bens culturais; materiais ou imateriais, produzidos pelo homem ou conferidos a ele pela natureza. No entanto, para que sejam considerados como verdadeiros patrimônios culturais, esses bens devem ter, em sua essência, um real sentido de herança; uma reconhecida relevância para identidade de um determinado grupo humano, ou, em caráter mais geral, de um povo. Sendo assim, o termo patrimônio cultural pressupõe algo decorrente ou não da produção humana, porém, que se constitui verdadeiramente como uma herança; um bem que inspire o indivíduo ao reconhecimento de si mesmo e do mundo que o cerca. Sendo assim, o texto a seguir se propõe ao relato, através de registros históricos e trabalhos de pesquisa desenvolvidos na área, alguns aspectos da manifestação popular denominada “Congo” - dança folclórica capixaba de origem indígena e africana - nascida durante o período colonial brasileiro e que se constitui como um patrimônio cultural do Estado do Espírito Santo.
A ORIGEM DAS BANDAS DE CONGO NO ESPÍRITO SANTO
A origem das bandas de congo no Estado do Espírito Santo data de um tempo anterior ao século XIX. Entretanto, sua formação original foi perdida com a aculturação dos povos indígenas. Esses grupos musicais descendem dos cantos e rituais dos índios. Segundo textos de Guilherme Santos Neves – historiador capixaba nascido no ano 1933