OS NEGROS NA MINERAÇÃO
A história da mineração no Brasil foi marcada pela extração descomedida da Coroa Portuguesa, que não mediu esforços para “arrancar” todo o tipo de preciosidades que a colônia pudesse oferecer, desde metais preciosos, como ouro e prata, até gemas, como diamantes e esmeraldas.
Utilizando mão-de-obra escrava, entre os anos de 1700 e 1800, foram minerados na região de Ouro Preto, cerca de 26 quilos de ouro por dia, o que equivaleria em moeda corrente ao montante de 2,6 milhões de reais diariamente.
Oficialmente, a Coroa Portuguesa conseguiu registrar, durante esses 100 anos, a extração de 650 toneladas de ouro na região, e através do “Quinto”, principal imposto sobre a mineração, Portugal “usurpou”, aproximadamente, 130 toneladas do metal precioso de nosso país.
O trabalho escravo utilizado nas minas de ouro, entre os séculos XVII e XVIII, foi a forma de trabalho mais penosa e pesada exercida pelos negros africanos escravizados no Brasil.
Através deste trabalho procuramos mostrar a realidade vivida pelos escravos no Brasil Colônia, em virtude da exploração mineral realizada pelos colonizadores. Com uma rotina de fome, trabalho incessante, humilhação e vergonha, a expectativa de vida dos negros mineradores, no período, não ultrapassava os 21 anos de idade.
2 A HISTÓRIA DA MINERAÇÃO NO BRASIL
A procura de metais preciosos no Brasil era bem antiga e datava do início da colonização, sobretudo depois da descoberta da rica mina de prata de Potosí, em 1545, na atual Bolívia. A criação do governo-geral em 1548, e a sua instalação no ano seguinte, foi um reflexo daquela descoberta.
Diversas foram as “entradas” (expedições sertanistas oficiais) que partiram da Bahia, Espírito Santo, Ceará, Sergipe e Pernambuco para o interior. No entanto, os principais exploradores do sertão foram os paulistas. Com um irrisório apoio oficial, Fernão Dias Pais partiu, em 1674, para o sertão, onde permaneceu por seis anos, chegando