a historia da alimentação
Jean-Louis Flandrin e Massimo Montanari, diretores da obra, pretendem apresentar a história da alimentação de maneira temática, com "estudos sobre os aspectos econômico e demográfico (ou seja, sobre o binômio produção-consumo), sobre as diferenças entre a alimentação das cidades e do campo, sobre a arte culinária, a dietética, as refeições e os costumes à mesa, os aspectos simbólicos da alimentação etc".
A primeira parte trata da pré-história e das primeiras civilizações do Oriente Próximo. Sobre a pré-história, Catherine Pérles descreve como, há 500 mil anos, o uso regular do fogo pelos homens acabou modificando a alimentação e os comportamentos sociais. Com as primeiras fogueiras temos indícios do cozimento dos alimentos e o surgimento do hábito de realizar as refeições em comum.
Na Mesopotâmia, os banquetes assumiram um papel religioso, onde os deuses tomavam importantes decisões. Para Francis Joannés, "é o deus mais velho ou mais bem colocado na hierarquia que o organiza e faz os convites. No poema babilônico da Criação ("Enouma Elish"), quando os deuses estão procurando um campeão para combater o Mar (a deusa Tiamat), que quer arrasá-los, é o deus Anshar, o mais eminente deles, que cuida de reuni-los. Esses banquetes são descritos como momentos de festejos".
Na segunda parte, que trata do mundo greco-romano, é analisado como foi construída a consciência de que ser civilizado era produzir o próprio alimento, diversamente dos "bárbaros", que não comiam pão nem bebiam vinho e se alimentavam da carne e bebiam leite.
No mundo greco-romano, os convivas participavam dos banquetes semideitados. Na Grécia, apoiavam-se sobre o cotovelo direito tendo ao lado da cama inclinada uma pequena mesa. Já em Roma, as camas