A física de Aristóteles: uma construção ingênua?
Trata-se da metafísica aristotélica que se baseava no conceito de ser. Este conceito de ser estava presente na filosofia grega, pois segundo eles, todo pensamento, antes de tudo, se refere a alguma coisa. Por mais que essas coisas obtenham formas distintas está à ideia de que elas são algo. Um dos problemas enfrentados pelos gregos foi acerca do movimento, todavia esse movimento ia muito além da simples idéia de deslocamento, eles tentavam entender as possíveis mudanças e transformações do ser. Duas escolas de pensamento surgiram para explicar este problema, a escola heraclitiana defendia a natureza perpetuamente mudável da realidade (inexistência de ser dotado de atributos de fixidez), a escola eleática, o ser permanece sempre idêntico, o movimento é apenas uma ilusão.
Para resolver a problemática do ser, Aristóteles desenvolveu o conceito de ser em potência e ser em ato. As noções de ser em potência e ser em ato conferem ao conceito de ser uma natureza dinâmica, pois existe no ser uma função de causalidade, definido por sua essência (ser em potência), que determinará sua evolução (ser em ato). Com isso, Aristóteles concluiu que todo ser sensível é formado pela composição de matéria e forma, sendo que a matéria constitui um elemento de potência. O mundo em que vivemos é um mundo corruptível, pois ele é sujeito a mudanças (corruptibilidade do ser), mas os corpos celestes são imutáveis em sua natureza (incorruptibilidade do ser), essa era a ideia proposta por Aristóteles e sua explicação para o conceito de ser foi utilizado para estabelecer seus conceitos físicos de movimento e do Universo.
Aristóteles baseou-se no princípio quaternário (terra, água, ar e fogo) para explicar as mudanças ocorridas no ambiente terrestre, mas para o mundo celeste ele introduziu outro elemento denominado éter ou quintessência. Isso se deu, pois para ele havia dois tipos de substâncias sensíveis, as celestiais que eram formadas por