A fotografia como fonte histórica
Grande queima de livros pelos nazistas
“Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas”
Otto Busch
A fotografia, certamente, é uma linguagem universal. As mais variadas nacionalidades, falantes de qualquer língua, ao observarem uma fotografia terão uma interpretação sobre ela. Isto faz com que haja a facilidade de conhecimento do contexto social específico do momento. Ao analisar uma fotografia temos uma junção entre o evento representado e as interpretações construídas sobre ele. Interpretações essas culturalmente edificadas. No dia 10 de Maio de 1933, por iniciativa das próprias forças estudantis nazistas um acontecimento entrou para a história. O episódio em questão é conhecido como “Säuberung”, ou “depuração da cultura”. Por toda a Alemanha jovens fanáticos invadiram casas e bibliotecas públicas e privadas em busca de livros considerados não-alemães. Isto é, representantes do “Intelectualismo Judaico”, estes indignos de serem lidos. Os volumes recolhidos eram jogados em caminhões e levados até Berlim onde ocorreu a cerimônia pública de impacto na Praça da Ópera. Local escolhido por ser o coração cultural da Alemanha. Os exemplares chegavam e eram passados de mão em mão por entre os soldados com a suástica no uniforme e estudantes. Uma pilha de livros em chamas se forma em meio à praça, e cada vez aumenta mais de tamanho. Essa “cerimônia” realizou-se em outras quarenta cidades alemãs, além de Berlim. Isto era apenas uma mostra do que viria a acontecer nos próximos anos em que Hitler colocaria em prática suas idéias. Albert Einstein, Stefan Zweig, Heinrich e Thomas Mann, Sigmund Freud, Erich Kästner, Erich Maria Remarque e Ricarda Huch foram algumas dos grandes nomes literários da Alemanha que sofreram perseguições na época.
Na fotografia acima retrata o momento em que os soldados nazistas e a população exaltam o acontecimento. Ao redor da pilha de livros em chamas, todos parecem