A fadiga e a condução
A fadiga é um estado que condiciona a obtenção de bons resultados em qualquer actividade e que se caracteriza por uma diminuição das capacidades perceptivas, cognitivas e motoras. Prejudica a vigilância, a atenção, a capacidade perceptiva, a resposta reflexa, o tempo de reacção e todo o processo de decisão. Se transpusermos todas estas alterações para a actividade de conduzir facilmente se compreende a perigosidade de a realizar sob o efeito da fadiga. A condução requer uma elevada concentração em detalhes importantes. As omissões ou lacunas traduzem-se em apreciações incorrectas e em respostas desajustadas às diferentes situações com que o condutor se vai confrontando na circulação. É comum pensar-se que a fadiga ao volante corresponde ao
adormecimento durante o acto da condução. Contudo, o adormecimento corresponde a um estado extremo de fadiga, que já ultrapassa o estado de sonolência. A fadiga corresponde a um cansaço ou exaustão. As capacidades necessárias à prática de uma condução segura ficam diminuídas logo que o estado de fadiga se desencadeia, muito antes de correr o risco de adormecer ao volante. Os efeitos da fadiga e as suas consequências podem ocorrer sem que o condutor se aperceba, subestimando frequentemente o impacto que este factor interno tem na falha humana, maioritariamente presente na sinistralidade rodoviária. É importante os condutores conhecerem as principais causas da fadiga e/ou sonolência ao volante, para que possam tomar as devidas precauções, especialmente antes de uma viagem longa. Nunca é demais lembrar que o pico da fadiga e da sonolência surge entre as 2 e as 6 horas
da madrugada e à tarde entre as 14 e as 16 horas, quando o ritmo biológico induz o sono. Existem factores inerentes à própria pessoa (como dormir pouco, a ingestão de determinados medicamentos ou de álcool, entre outros) e factores respeitantes à infra-estrutura e ambiente rodoviário (como um ambiente rodoviário monótono, a circulação