Fadiga muscular
A. Ascensão J. Magalhães J. Oliveira J. Duarte J. Soares Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física Universidade do Porto, Portugal
RESUMO O tecido muscular esquelético dos mamíferos possui a capacidade de produzir níveis elevados de força quando activado. A incapacidade de produzir repetidamente no tempo um determinado nível de força ou potência muscular designa-se por fadiga neuromuscular, fenómeno que pode manifestar-se de forma aguda e que pode persistir durante dias ou mesmo semanas. A etiologia da fadiga muscular tem atraído o interesse dos investigadores desde há mais de um século. Contudo, os seus agentes e locais definitivos permanecem ainda por identificar. As causas da fadiga muscular durante o exercício residem nas regiões corticais e sub-corticais (fadiga de origem central) e ao nível do tecido muscular esquelético (fadiga de origem periférica). Os objectivos desta revisão foram: (i) definir o conceito de fadiga, enumerando algumas áreas em que este fenómeno tem sido estudado; (ii) diferenciar os modelos experimentais em que a fadiga tem sido estudada, com particular destaque para os estudos in vivo recorrendo à electromiografia; (iii) analisar os principais factores descritos na literatura relacionados com a fadiga central, nomeadamente a relação desta com a variação de alguns neurotransmissores e alguns aminoácidos de cadeia ramificada; (iv) diferenciar e explicar os principais tipos de fadiga periférica descritos na literatura e (v) analisar os mecanismos indutores de fadiga com origem predominantemente periférica, com particular destaque para o papel da deplecção de alguns substratos energéticos necessários para a síntese de ATP e da variação das concentrações intracelulares de cálcio, H+, lactato, fosfato e ADP Parece razoável associar, pelo . menos em parte, a fadiga de origem predominantemente central com