A expansão ultramarina
A expansão ultramarina europeia, iniciada no século XV, transformou, profundamente, a História mundial, ao colocar povos de continentes distantes num processo de interacção económica, política e cultural. Um conjunto de factores favoráveis explica a vanguarda dos portugueses na expansão marítima do século XV. Os mais importantes são a precoce centralização política do reino, a posição geográfica, a rápida formação de uma burguesia comercial e, o mais significativo, uma dinastia que aposta na expansão comercial.
A expansão ultramarina envolveu somas milionárias. Para financiá-la, a Coroa portuguesa aumentou impostos, recorreu a empréstimos junto de grandes comerciantes e banqueiros, inclusive italianos, e aos recursos acumulados pela Ordem de Cristo, herdeira da antiga Ordem dos Templários.
Braço armado da Igreja, a Ordem dos Templários enriqueceu com os saques realizados no Oriente Médio durante as cruzadas, nos séculos XII e XIII. Com hierarquia própria, homens armados e muito dinheiro, transforma-se num poder paralelo dentro da Igreja. Dissolvida pelo papa, os integrantes da ordem são perseguidos por toda a Europa. Portugal acolhe os templários e as suas fortunas durante o reinado de Dom Diniz, de 1279 a 1325. Fundam, ainda, a Ordem de Cristo. Dom Henrique, membro da ordem e administrador dos seus recursos, usa essa riqueza para financiar o projecto ultramarino.
O aparecimento de Portugal como nação independente estava vinculado às lutas travadas na Península Ibérica pela expulsão dos muçulmanos. Antecipando-se aos demais países europeus, Portugal já era uma nação centralizada politicamente em torno de um único monarca no século XII. O primeiro rei de Portugal, Afonso I, assumiu o trono em 1139, tedno inaugurado a dinastia dos Borgonha, reconhecida pelo papa, em 1179.
Na porta de saída do Mediterrâneo para o Atlântico, os portos de Portugal eram pontos de passagem obrigatória para as embarcações que percorriam a rota entre