A escravidão retratada nos materias didáticos
A autora afirma que há duas visões sobre a escravidão brasileira: a idílica, e à contrária desta. O título “Ser escravo no Brasil”, na voz passiva, já aponta um estilo: o desejo de adotar o próprio ponto de vista do escravo. Aponta a vontade de acompanhar cada passo de sua vida individual e coletiva.
O livro é divido em três partes. A primeira pode-se dizer que aborda como o africano tornava-se escravo na África até a sua chega aos locais que trabalharão forçosamente no Brasil. A segunda parte pode-se dizer que aborda com precisão o título do livro, aborda como era ser escravo no Brasil. A terceira parte aborda como os escravos podiam se tornar livres, e indaga se realmente se tornavam livres, ainda aborda a relação dos supostos ex-escravos com os demais seguimentos da sociedade.
Na primeira parte aborda-se como se da o processo de escravidão na África. Faz uma síntese da história da África do século XVI ao XIX. Diz que houve quatro grandes ciclos que trouxeram africanos sucessivamente para o Brasil. Mostra como os africanos compreendiam de forma diferente o conceito de escravo, afirma que escravo era uma das formas que o cativo podia assumir, e que não era forma predominante entre os africanos até a chegada dos europeus. Neste capítulo analisa-se em primeiro lugar, a despersonalização do escravo: capturado, o africano é comprado, vendido, hipotecado, legado, incapaz de diálogo e sem vontade própria.
Na segunda parte duas grandes articulações temáticas surgem:
1) A noção de uma dualidade presente na sociedade escravista – mundo dos negros, mundo dos brancos, mediada pelos libertos, em torno dos quais se forja pelo menos um equilíbrio precário. Tal dualidade é vivida de forma diferente pelos africanos, pelos negros nascidos nos Brasil e pelos mulatos.
2) A insistência já mencionada na multiplicidade e diversidade das situações: a oposição africanos nascidos no Brasil/mulatos; consideração de diferentes estruturas