A escola tem futuro?
O período posterior à Segunda Guerra Mundial, segundo Canário (2006), é marcado pelo crescimento exponencial da oferta educativa escolar. Houve um aumento do número de alunos à procura do sistema escolar e com uma entrada num “tempo de promessas”, isto é, a promessa de uma escola igualitária geradora de desenvolvimento. Até os dias atuais, a escola não mudou muito por continuar a repetir estas promessas. A escola denominada como espaço de socialização privilegiado continua desempenhando esse papel, pois atende às camadas populares do entorno da comunidade carente, como uma das oportunidades de ascensão social possíveis. Para URIA (XXX), a escola “enquanto forma de socialização privilegiada e lugar de passagem obrigatória para as crianças das classes populares, é uma instituição recente cujas bases administrativas e legislativas contam com pouco mais do que um século de existência” (VARELA, 1992, p. 62). A obrigatoriedade do ingresso da criança na instituição escolar torna-se também ferramenta importante nas políticas públicas do poder público. Assim como a “explosão escolar” que marcou os anos 60 ocorre atualmente e cada vez mais no município de Belo Horizonte (MG) que amplia sua rede de ensino, principalmente, com a construção de escolas para a educação infantil. A escola que leciono e onde desenvolverei a minha pesquisa acadêmica, faz parte da rede municipal de ensino de Belo Horizonte. A Escola Municipal Francisco Campos (EMFC) oferece o ensino fundamental e está localizada na Rua Heraldo Belizário, 190, Bairro Tupi. Ela foi criada em 1975 e recebeu esse nome como uma homenagem ao político Francisco Luiz da Silva Campos, formado em Direito, que foi Deputado Estadual, Prefeito de Belo Horizonte, Secretário da Educação e Saúde Pública, Ministro da Justiça entre outros cargos. No decorrer da carreira política, ele promoveu a reforma no ensino primário e criou cerca de três mil escolas. Quando foi inaugurada, a EMFC contava