A escola de Gramsci: críticas e contribuições à educação
A preocupação de Gramsci com a educação tinha relação com a sua crítica ao ensino técnico italiano de caráter pragmático, destinado à trabalhadores – e estes destinados ao trabalho assalariado, a submissão e exploração pelo capital – e o ensino humanista italiano, oferecido à burguesia – esta sim destinada a comandar, a dominar, a governara sociedade capitalista compondo os cargos da administração pública do Estado liberal-burguês. (NASCIMENTO; SBARDELOTTO, 2008, p.281).
Para ele o processo de trabalho não poderia “ditar” o modelo de educação que servia simplesmente para concretizar a hegemonia burguesa, formando a maioria para o trabalho e a minoria para o trabalho. Paola Nosella, em sua obra “A escola de Gramsci”, revela que na visão do italiano, a “escola profissional não pode se tornar uma incubadora de pequenos monstros mesquinhamente instruídos para o ofício, sem ideias gerais, sem cultura geral, sem alma, possuidores apenas de um olhar infalível de uma mão firme” (NOSELLA, 1992, p.17-20).
Entretanto, no pensamento de Gramsci, o trabalho não poderia ser ignorado. Por ser essencial ao ser humano, ele deveria estar presente no processo de formação, mas como princípio educativo, de maneira que proporcionasse a todos os cidadãos as condições gerais para que se tornassem governantes. Para Antonio Gramsci, a educação ideal passava pelos conceitos de escola “comum, única e desinteressada”.
Quando se referia à “escola comum”, não estava propondo uma escola simples, mas sim uma instituição que tivesse um único modelo/currículo. Dessa forma,