Educação popular na escola: análise da pr´´atica brasileira na década de 1970
Silvia Janaina Silveira Gomes²
Resumo
O presente artigo constitui-se um estudo acerca das relações paradoxais que existem entre escola e educação popular no Brasil na década de 1970. Ocorreu por meio de pesquisa bibliográfica onde foi investigada a literatura pedagógica no campo educacional para que essa fosse capaz de subsidiar a elaboração de um panorama histórico da educação popular nos anos 1970. Assim apresentam-se as concepções de escola de Louis Althusser e Antonio Gramsci e analisa-se a concepção e as características da educação popular tendo em vista o seu caráter libertador no que diz respeito à conscientização das camadas populares.
Palavras-chave: Educação Popular. Camadas Populares. Educação Elitista.
Introdução
Tendo em vista o modelo escolar historicamente desenvolvido no Brasil, pode-se perceber que este foi marcado por uma prática pedagógica elitista onde, para a sociedade economicamente dominante, sempre houve a viabilização de uma educação garantidora da condição hegemônica e permanência do status quo sobre as camadas populares. A estas estava relegada uma educação profissionalizante, que tão somente as capacitasse para atender à demanda industrial. Estava aí, então, caracterizada a escola como um aparelho de reprodução da divisão social do trabalho e da ideologia dominante (GADOTTI, 1992).
No entanto, contrariamente a esse modelo de escola, a educação popular objetivou criar o espaço educacional como aquele que possibilita a aprendizagem e a reflexão para a transformação da sociedade vigente a partir da passagem da “consciência ingênua” para a
“consciência crítica” (FREIRE, 1983), que permita aos educandos assumirem a condição de “sujeitos históricos”, capazes de modificar a realidade na qual encontram-se inseridos (FREIRE, 2007). Diante deste paradoxo, onde se tem a visão de uma escola e de uma educação elitista, mas também é possível pensar