A era da manipulação

A ERA DA MANIPULAÇÃO (pág. 159 à 175 – Marcelo)

Como sabemos que sabemos que sabemos A linguagem humana parece ser algo tão simples que a maioria de nós a considera inquestionável. Raramente perguntamos como as percepções do mundo são processadas pela linguagem e afetam o comportamento. Nas sociedades dirigidas pelos meios de comunicação de massa os indivíduos são fustigados pela linguagem das palavras e das imagens. A questão é acadêmica. A educação nos Estados Unidos afastou-se dos ideais dos estudos liberais, onde o objetivo era alcançar uma perspectiva autônoma, corajosa, critica e intelectual. A educação era considerada um caminho para experiências de vida mais ricas, plenas e significativas. A ênfase era em ensinar como pensar criticamente ao invés de ensinar o que pensar. Os estudantes hoje são exaustivamente ensinados a adaptarem-se às realidades contemporâneas percebidas. Uma grande ênfase é dada às fantasias vocacionais sobre empregos de alta remuneração. As escolas de comércio legitimam o comércio. A ambição e o lucro são racionalizados como fins em si mesmo, proporcionando muito pouco da educação intelectual básica que um empreendedor ambicioso e criativo deveria ter. Da mesma forma as escolas de comunicação legitimam e romantizam a indústria de comunicação de massa. Os jovens são doutrinados para tomarem um lugar na cadeia que os tornará mais um número nas estatísticas de marketing dos “shopping centers” da vida. Consumo, logo, existo, ou vice-versa, tornou-se a premissa filosófica sobre a qual se baseia grande parte da vida.

A lógica do ilógico

Aristóteles, um acadêmico prolífico, descreveu o modo como a linguagem parece operar em três leis fundamentais do pensamento: a identidade, o meio excluído e a contradição. A lógica aristotélica ainda é defendida por aqueles cujos interesses velados possam ser ameaçados por um outro sistema lingüístico mais condizente com o progresso nas ciências naturais e físicas que presenciamos no ultimo