A educação do futuro, segundo edgar morin
A educação do futuro, segundo Edgar Morin
Por Alexandre da Silva Ramos
A obra Os sete saberes necessários à educação do futuro, do antropólogo, sociólogo e filósofo Edgar Morin apresenta, em sete capítulos, sugestões para os educadores de hoje pensarem na educação do futuro. No primeiro capítulo, Morin salienta que a educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja ameaçado pelo erro e pela ilusão. Para ele, o conhecimento é o fruto de uma tradução/reconstrução por meio da linguagem e do pensamento e está sujeito ao erro. Assim, o autor destaca que desenvolver o conhecimento científico é um importante meio de detecção dos erros e de luta contra as ilusões, embora os paradigmas que controlam a ciência possam desenvolver ilusões, e nenhuma teoria cientifica está imune para sempre contra o erro. Assim, ele classifica as possíveis ameaças aos conhecimentos propostos pela educação em erros mentais, intelectuais, da razão e as categorias paradigmáticas. Em relação aos erros mentais, Morin aborda a memória formada pela fantasia e pelo imaginário do ser humano como fonte de erros, pois ela tende a selecionar as lembranças que nos convêm e a recalcar, ou mesmo apagar, aquelas desfavoráveis, e cada qual pode atribuir-se um papel vantajoso. No que tange os erros intelectuais, o autor argumenta que as teorias resistem à agressão das teorias inimigas ou dos argumentos contrários, e, mesmo que sejam as únicas a aceitar a possibilidade de serem refutadas, tendem a manifestar esta resistência. Quanto às doutrinas, elas são invulneráveis a qualquer crítica que denuncie seus erros. Edgar Morin explica que a racionalidade é corretiva e a melhor proteção contra o erro e a ilusão. A racionalidade construtiva é a que elabora teorias coerentes e ela deve permanecer aberta ao