a educação de jovens e adultos na reforma agraria
educação de jovens e adultos em áreas de reforma agrária: desafios da formação de educadores do campo
Lourdes Helena da Silva
Universidade Federal de Viçosa
Vânia Aparecida Costa
Universidade do Estado de Minas Gerais
Walquíria Miranda Rosa
Universidade do Estado de Minas Gerais
Introdução
Em virtude dos altos índices de analfabetismo e baixos níveis de escolaridade presentes em nosso país, a educação de jovens e adultos tem se tornado objeto de políticas públicas dos governos federal, estaduais e municipais. A realidade do analfabetismo na sociedade brasileira é ainda mais alarmante quando deslocamos nosso olhar para o campo. Dados do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA) revelam a existência de um universo de 6.567.682 (32,7%) jovens e adultos analfabetos no meio rural brasileiro. E, ainda, dados de pesquisa realizada pela organização não governamental Ação Educativa em convênio
Revista Brasileira de Educação
v. 16 n. 46 jan.|abr. 2011
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Lourdes Helena da Silva, Vânia Aparecida Costa e Walquíria Miranda Rosa
com o INCRA revelaram que 64% dos
323.429 assentados em áreas de reforma agrária são analfabetos funcionais
(Andrade et al., 2004). Esses índices retratam, assim, a realidade educacional dos trabalhadores rurais que lutam pela reforma agrária e que não é diferente do quadro geral de exclusão social presente no campo brasileiro.
Dessa realidade socioeducativa emergem diversos projetos de alfabetização de jovens e adultos nas áreas de reforma agrária, implementados nacionalmente como resultantes de mobilização e conquista dos movimentos sociais e de uma articulação de várias instituições públicas na busca de contribuir na elaboração e implementação de projetos de uma educação do campo, contemplando ações educativas que visam ao direito da “Educação para todos” e à formação de cidadãos conscientes e participativos. O Programa Nacional de Educação na Reforma