A economia do crime: o crime compensa?
Quando surgiu o homem surgiu também o crime. Por se tratar de um problema que até hoje afeta a civilização, o crime tem sido o foco de estudo de renomados especialistas das mais diversas áreas como sociologia, filosofia, criminologia, psicologia, direito, economia. Esses profissionais se preocupam em analisar tal processo de modo que, ao ter um conhecimento e estudo aprofundado no assunto tem-se uma ideia mais ampla e correta dos projetos de prevenção ao crime, das penas adequadas e da fiscalização, tanto comunitária como policial. Quer-se dizer aqui, que ao estudar de fato todo o processo de criminalização, se torna muito mais simples e rápido alcançar o resultado esperado, o qual seria diminuir a criminalidade.
Por meio desse raciocínio, Montesquieu (1748), autor de “O Espírito das Leis”, foi o primeiro a relacionar teorias econômicas com composições de atividade criminal; seguido posteriormente por Beccaria (1767) e Bentham (1785). Todavia, embora o tema tenha sido o objeto de interesse desses grandes filósofos, juristas e economistas, tal assunto hibernou dentro da academia até após a segunda guerra mundial quando fora despertado novamente pelo economista, e também sociólogo, Gary Becker (1968) (SANTOS, 2007).
A contribuição de Becker refere-se à extensão da teoria econômica tradicional para campos não convencionais, sendo sua análise sobre o indivíduo e sua interação com o risco e expectativas de retorno a fundamentação de estudos econômicos dentro da área criminal.
Com uma nova visão da escolha individual e do comportamento criminoso, alegando que este compara as expectativas de lucro na esfera criminal e na esfera legal, “este delineamento elaborado por Becker é o epicentro de críticas e teorias que tentam estudar e identificar os fatores criminogênicos na sociedade” (SANTOS, 2007).
O objetivo deste trabalho é mostrar a verdadeira essência do crime, isto é, mostrar como se dá a escolha do ato ilegal, por que se prefere correr um