A dor de Pensar
Disciplina: Português
Tema: A dor de pensar
Ion Burlacu
Pavel
Gato que brincas na rua – Análise do poema
Fernando Pessoa vive em constante conflito interior. Tendo consciência de que é
Gato que brincas na rua um homem racional de mais, ele deseja arduamente pensar menos, ser mais
Como se fosse na cama, inconsciente, aproveitar a vida sem
Invejo a sorte que é tua questionar. Mas, como na realidade tem uma
Porque nem sorte se chama. necessidade permanente de se questionar, de pensar, de intelectualizar toda e qualquer
Bom servo das leis fatais situação, ele sente-se frustrado.
Que regem pedras e gentes,
Podemos, então, falar de uma
Que tens instintos gerais dualidade inconsciência/consciência e sentir/pensar. E sentes só o que sentes.
Pessoa inveja o gato porque o gato é feliz na sua ingenuidade, respondendo simplesmente
És feliz porque és assim, a instintos.
Todo o nada que és é teu.
Pessoa inveja uma ceifeira simples porque ela
Eu vejo-me e estou sem mim, canta só porque lhe apetece, alegremente.
Conheço-me e não sou eu.
Ele nunca conseguirá ter estas reações de
Fernando Pessoa, 1931 abstração para com o pensamento porque insatisfação e a dúvida acerca da importância da racionalidade são constantes. O que ele
A dor de pensar
Fernando pessoa sente-se condenado a ser lúcido, a ter de pensar, isto é, considera que o pensamento provoca a dor, teoria que alicerça a temática da “dor de pensar”. Na sequencia da mesma, o poeta inveja aqueles que são inconscientes e que não se despertam para a atividade de pensar, como uma “pobre ceifeira”, que “canta como se tivesse mais razões para cantar que a vida”, ou como “gato que brinca na rua” e apenas segue o seu instinto.
Assim, o poeta inveja a felicidade alheia, porque esta é inatingível para ele, uma vez que é baseada em princípios que sente nunca poder alcançar – a inconsciência, a irracionalidade –, uma vez que o