A didática na formação do professor
Miguel André Berger (UFS)
Introdução
Atribuir o fracasso escolar às condições sócio-econômicas e culturais do aluno e à formação inadequada do professor foram justificativas muito utilizadas para escamotear a ausência de uma política que contemple o profissional do magistério. Em decorrência do avanço do conhecimento e da introdução de novas tecnologias no campo educacional, da necessidade e da importância atribuída à formação continuada dos educadores e a nova LDB, das dificuldades materiais do profissional residente no interior do Estado em buscar formação na capital, o Sindicato dos Professores empreendeu lutas junto à Secretaria de Estado da Educação, a qual firmou convênio com instituição de ensino superior visando a qualificação de professores já atuantes na rede pública, originando o Projeto de Qualificação Docente (PQD).
Além de se respaldar na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96), este projeto tem amparo na Lei nº 9424/99, que dispõe sobre o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF).
A proposta do Curso de Formação de Professores e o trabalho com a Didática
Cinco pólos foram instalados, em diferentes regiões do Estado, nos quais a Universidade oferece Cursos de Licenciatura, dentre eles o de Pedagogia, a profissionais atuantes na rede municipal e estadual de ensino.
A proposta de curso oferecida pela UFS foi adaptada às condições estabelecidas no convênio (concentração das aulas em dois dias da semana), a fim de favorecer a qualificação do professor sem afastá-lo da sala de aula, ambiente que favorecerá a relação teoria x prática, o confronto entre o fazer e o saber fazer.
Responsável pela disciplina Didática, de natureza obrigatória nos cursos de licenciatura, por ensejar uma reflexão do trabalho pedagógico, nossa preocupação redobrou diante de uma clientela de professores com larga e diversificada