A cultura afro-brasileira e a arte indígena na educação
Desde 2008, uma lei tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena no sistema de ensino do Brasil. A norma, de número 11.645/2008, inclui o trabalho de conteúdos referentes às contribuições dessas duas culturas na formação da sociedade brasileira. Em Santa Maria, essa lei é aplicada através de um projeto de oficinas de arte-educação nas áreas de dança, teatro e música chamado “Somos Todos Um Para Uma Cultura de Paz”, realizado pela organização Oca Brasil, além do trabalho regular das escolas na inclusão desses temas em seus currículos.
Conforme relata a professora e antropóloga Maria Rita Py Dutra, coordenadora pedagógica da Oca Brasil, essa regulamentação aponta para a necessidade de se dar visibilidade aos feitos relacionados ao povo negro e indígena, bem como para a importância do convívio respeitoso com pessoas de diferentes grupos étnicos e a eliminação do discurso racista, tanto em livros didáticos, quanto no convívio diário na escola ou sala de aula.
Maria Rita conta que esse direcionamento contrasta com a forma como era tratado o ensino dessas culturas antes de sua obrigatoriedade: “O ensino da História e Cultura Indígena era voltado para um índio idealizado, que vivia na taba, caçando e pescando, totalmente deslocado da situação atual do índio brasileiro. No que diz respeito aos Afro-brasileiros, ocorria duas situações: ou sua presença era negada, através da invisibilidade (não se falava nele), ou quando se falava, era para reforçar os estereótipos existentes no imaginário social da sociedade brasileira, associados à inferioridade”.
Deste modo, a professora e antropóloga explica que a lei está ajudando a se pensar estratégias de mudanças na abordagem, mas que não se pode negar a resistência e falta de subsídios para o trabalho com essa temática. Por outro lado, é possível notar que alunos de ascendência Indígena e Afro-brasileira passam a se ver com mais segurança