A Crónica
A crónica é uma narração que segue uma ordem temporal. Regra geral, “A crónica é um comentário leve e breve sobre algum fato do quotidiano” - Fernando Sabino, cronista famoso.
A crónica é diferente da notícia pois, chama mais á atenção que a notícia, o cronista surpreende na beleza, na comicidade e nos aspetos particulares.
O tom de uma crónica, como acentua António Cândido é o de "uma conversa aparentemente banal".
Fernando Sabino tem uma das melhores delimitações de crónica, dizendo que ela "busca o pitoresco ou o caricato no quotidiano de cada um", chamando mais á atenção que um simples relato de informação, a notícia.
O comentário do cronista, sobre o quotidiano precisa de apresentar uma linguagem que exceda a da mera informação. Ou seja, precisa de uma linguagem menos denotativa e mais pessoal. Isto não significa que a elaboração seja muito sofisticada, significa que o estilo deve dar a impressão de naturalidade e a língua escrita aproximar-se da fala, da oralidade.
Características (Estrutura, Linguagem)
A crónica difere da notícia, e da reportagem porque, embora utilizando o jornal ou a revista como meio de comunicação, não tem por finalidade principal informar o destinatário, mas refletir sobre o acontecido.
Desta finalidade resulta que, neste tipo de texto, podemos ler a visão subjetiva do cronista sobre o universo narrado. Assim, os focos narrativos situam-se na 1ª pessoa e, também na 3º pessoa.
O cronista apresenta um discurso que se move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o literário, entre a narração impessoal dos acontecimentos e a força da imaginação.
A subjetividade percorre toda a crónica.
A crónica, como todos os textos transacionais, apresenta uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.
Nem só de comentários a respeito do dia-a-dia vive a crónica. Com relativa frequência, ela assemelha-se ao conto. O gosto pelas narrativas de curta duração, pelo diálogo ágil, pela narrativa