A criminologia e a psicanalise
Resumo
O texto busca decifrar, pela aproximação dos campos do direito e da psicanálise, uma forma mais profunda de entendimento da subjetividade do sujeito tendo como marco referencial a obra e pensamento de Freud, as Teorias Criminologia e o comportamento delitivo.
Palavras-chaves: Criminologia, Psicanálise, Freud, Sociedade.
Introdução
As sociedades sempre buscaram meios de atribuir marcas identificatórias aos criminosos, usando, conforme os regimes e épocas, diversos meios de mutilações. Quando estas práticas foram abolidas, colocou-se a questão de elaborar um método de identificação cientifica, e foram na França, na Alemanha e na Itália que se desenvolveram, simultaneamente, dois campos de pesquisa: Antropologia Criminal e a Criminalística. Ambas se inspiraram na antiga Frenologia, por sua vez saída da “craneoscopia” de Franz Josef Gall (1758-1828) que consistia em decifrar o caráter do indivíduo através das saliências e relevos craneanos, e da antropologia física do médico francês Paul Broca (1824-1880).
A criminologia distingue-se da criminalística, pois se interessa menos pela identificação dos criminosos do que pela causa do crime. Embora não tenha empregado este termo e tenha conservado a expressão “antropologia criminal”. O verdadeiro fundador desta disciplina foi o médico italiano Césare Lombroso, que se inspirou no Darwinismo para construir sua concepção do “criminoso nato”. Segundo ele o crime é resultado de uma predisposição instintiva de certos sujeitos. Em vez de evoluírem normalmente, eles regridem ao estado animal. Lombroso em seu manifesto “O Homem Criminoso” onde descrevia a seguinte patologia: “Seu criminoso se assemelhava ao grande macaco da lenda da horda selvagem”, cujo tema Sigmund Freud retomaria em Totem e Tabu.
Lacan discorda da teoria do delinqüente nato, de Lombroso, onde o criminoso era visto com um ser primitivo, bem como rejeita a concepção da categoria de crime natural, a qual a