A criança e a morte
Órgão de divulgação da Universidade Federal de Goiás - Ano VI, No. 2, dezembro de 2004 | | TEIXEIRA, C. M. F. S. - A criança diante da morte. Revista da UFG, Vol. 5, No. 2, dez 2003 on line (www.proec.ufg.br) | | | A CRIANÇA DIANTE DA MORTE | | Célia Maria Ferreira da Silva Teixeira1 | | |
Resumo: A morte constitui, ainda, um tabu em nossa sociedade, a despeito de fazer parte do desenvolvimento do homem. Este artigo aborda o tema da morte tomando como referência o olhar da criança. Sabe-se que, contrariamente ao que se espera, aqueles que estão em volta de uma criança são pessoas que, por não conhecerem o psiquismo infantil, dificultam o entendimento e o próprio processo de luto frente à perda de pessoas ou animais queridos. Ou ainda, por não conseguirem admitir a idéia da morte em suas vidas, consideram a criança despreparada para tal enfrentamento.
Palavras-chave: criança; morte; luto.
Não obstante saibamos que o tema tem despertado interesse de áreas do conhecimento, isso não minimiza ou reduz os efeitos que as idéias construídas em torno da morte têm causado no homem, em diferentes estágios de seu ciclo de vida. A morte é, pois, tema tão antigo quanto o homem.
O homem tem criado formas de reduzir sua angústia e medo frente à morte, através de desenvolvimento de pensamentos assentados numa ilusão de encontro pós-morte, de ressurgimento em outra espécie ou, diferentemente, tentando negar a única certeza da vida – a morte.
Segundo Morin (1997), é nas atitudes e crenças diante da morte que o homem exprime o que a vida tem de mais fundamental. A morte, segundo o mesmo autor, permanece como um grande mistério para o homem. Este prefere ignorá-la ou contemplá-la, por vezes, indo ao seu encontro.
A morte também está nas mãos dos médicos, quando o doente não morre naturalmente. Por outro lado, existe ainda um outro tipo de morte que nos assusta, nos lança a profundas indagações sem respostas. Trata-se da morte