Morte e crianças

1983 palavras 8 páginas
1. INTRODUÇÃO

Morte e criança a princípio podem parecer tratar-se de assuntos incompatíveis, e a maioria das pessoas acredita que este não é assunto do universo infantil, somente dos adultos. Porém, estamos constantemente expostos a esse tema: seja nas ruas (violência, homicídios, acidentes), ou nos meios de comunicação (rádios, jornais e nos noticiários na TV), nas cenas de violência física e social, homicídios (como o mais recente no Rio de Janeiro, onde um indivíduo invadiu uma escola e matou vários estudantes), ou pela morte de familiares e pessoas queridas ou até um bichinho de estimação. A criança faz parte desse cenário, e acreditamos que a escola como local onde a criança passa boa parte do seu tempo, seja um dos espaços propício para que seja abordado esse tema.

Falar sobre morte com crianças, não significa entrar em altas especulações ideológicas, abstratas e metafísicas. Nem em detalhes assustadores macabros. Refiro-me a simplesmente colocar o assunto em pauta. Que ele esteja presente, através de textos e imagens, simbolicamente, na vida da criança. Que não seja mais ignorado. Isso nada tem a ver com depressão, morbidez ou falta de esperança. Ao contrário, a morte pode ser vista, e é isso o que ela é,como uma referência concreta e fundamental para a construção do significado da vida” (AZEVEDO,2003,p.58).

Acreditamos que o conceito de morte pelas crianças não está meramente correlacionada à idade, depende também de aspectos sociais, psicológicos, intelectuais e experiências de vida da criança, sendo preciso que se respeite o período de desenvolvimento no qual ela se encontra. Isso nos remete aos ensinamentos aprendidos no decorrer do nosso curso sobre as Fases do Desenvolvimento Infantil segundo Jean Piaget, o que nos possibilita relacionar esse desenvolvimento com a aquisição do conceito de morte da seguinte forma: . Sensório motor – (de 0 a 2 anos) Antes dos três anos, não há conceito de morte. A morte é sentida como ausência e

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