Até o fim do século XIII, não existiam crianças caracterizadas por uma expressão particular. Na arte medieval, por volta do século XII, a infância era desconhecida e não representada. Os artistas que representavam as crianças nesta época, não conseguiam expressar a real forma da criança, as suas caraterísticas. Elas eram retratadas como um adulto em miniatura, distinguindo ambos só pelo tamanho, sem nenhuma diferença de expressão ou de traços. A perda de crianças através de suas mortes não era de relevada importância ainda no século XVII. Havia o forte sentimento de que se dava à luz muitas crianças para poder conservar apenas algumas. Essa indiferença era típica das condições demográficas da época, persistindo até o século XIX, mudando com a compatibilidade ao Cristianismo, que impunha o respeito pela criança batizada como ser imortal, sendo que as sem batismo eram enterradas nos jardins de suas casas, igual ao que faziam com seus animais domésticos. As crianças eram consideradas insignificantes, pois ao morrer cedo, nem se concebia a ideia de que ela voltasse para incomodar os vivos. Essa ideia desapareceu no século XVIII, sendo que com o retrato da criança morta no século XVI, prova que a criança não era considerada como uma perda inevitável. Era retratada nos túmulos dos seus pais, juntamente com crianças ainda vivas. No fim do século XVI, eram representadas em alguns raros casos, isoladamente com trajes peculiares à sua idade. Já no século XVII a criança aparece representada sozinha e por ela mesma, surgindo então a prática das famílias de possuírem retratos (pinturas) de todos os seus filhos na idade em que eram crianças. Esse costume encontra-se substituído até hoje pela fotografia, sem mudar o sentimento. A infância teve “lugar” ou foi descoberta no século XIII, mas desenvolveu-se de maneira numerosa e significativa a partir do século XVI e durante o século XVII.