A criança na idade média
As crianças estão ausentes na história no período que compreende a Antiguidade até a Idade Média por não existir este objeto discursivo que chamamos infância, nem esta figura social e cultural criança.As crianças eram vistas nos séculos XIV, XV e XVI como um adulto em miniatura. O tratamento social dispensado a criança era igual ao de adultos, ou seja, sinônimos. Ser criança era um período breve da vida, pois logo se misturavam aos mais velhos. Elas participavam de todos os assuntos da sociedade, adquiriam o conhecimento pela convivência social.
Nesse aspecto, o serviço doméstico se confundia com a aprendizagem consistindo em uma forma de educação da criança. A passagem pela família era rápida e insignificante. Geralmente, a partir dos sete anos, as crianças iriam viver com outra família para serem educadas. Percebe-se que não havia uma educação letrada. As crianças eram entregues às famílias, muitas vezes desconhecidas ou vizinhos, para prestarem serviços domésticos ou aprenderem algum ofício. Essas aprendizagens tinham alguns intuitos.Os pequenos entravam logo no mundo adulto e não dependiam tanto dos pais. Esses sim dependiam deles, pois quanto mais filhos, mais braços teriam para trabalhar.
Devido à situação de fome, miséria, tragédia e a falta de saneamento básico pelas quais as pessoas da Idade Média viviam, a taxa de mortalidade infantil era muito alta. A morte de uma criança não era recebida com tanto sentimento e desespero como acontece hoje. Rapidamente a tristeza passava, e aquela criança era substituída por outro recém-nascido para cumprir sua função já pré-estabelecida. Constata-se que a mortalidade infantil na Europa medieval, mesmo entre ricos e pobres, mostra o relativo dprimeira infância era época das aprendizagens. Aquelas que pertenciam às famílias nobres aprendiam as artes de guerra ou os ofícios eclesiásticos. Essa realidade comprovava que não havia muito tempo por parte dos pais para dar carinho e dedicação