A coruja de minerva: reflexões sobre a teoria na prática
A coruja de minerva: Reflexões sobre a teoria na prática
O texto trata da relação entre “teoria” e “prática”. De acordo com o entendimento do senso comum a “teoria” recorre ao mundo do pensamento e reflexão, enquanto a “prática” recorre ao mundo da ação, do fazer coisas. A maioria das práticas operacionaliza alguma teoria, por mais implícita, vaga e contraditória que ela possa ser. De fato, “prática” é um constructo teórico e a teorização é, em si mesma, uma prática. Assim como existe uma variedade de práticas e teorias, também uma variedade de concepções de prática e teoria. Assim, “organização”, “teoria” e “prática” estão entre os conceitos mais contestados nas ciências humanas e sociais. Nos estudos organizacionais, a luta de legitimação mais notável está entre defensores e opositores de uma teoria organizacional positivista, entre a ciência organizacional “normal” e uma “contranormal”. É apresentada a visão de Marx e Weber como teóricos da modernidade, a visão positivista de racionalização, do capitalismo, modos impessoais modernos. A ciência normal desenvolve a crença que as organizações são coisas duras, empíricas, capazes de serem estudadas usando-se técnicas científicas. Apresenta uma história teleológica de sua própria formação conceitual e deixa a impressão de que as coisas possivelmente não poderiam ser diferentes. É citado modelos estatísticos para provar um fato ou evento, segundo os estudos de Aston. A ciência organizacional normal se preocupa com o restabelecimento das conexões que ela metodologicamente rompeu: entre o individuo e a organização e a organização e seu ambiente. É uma teoria sobre a gestão e para a gestão. A globalização do capital anda em conjunto com a globalização da teoria e da prática organizacional. A ciência contranormal surgiu a partir de uma crítica e oposição a ciência normal. Compartilham de uma tentativa de restabelecer o que a racionalização tem tentado remover de forma prática e o que a