A Coruja de Minerva: reflexões sobre a teoria na prática

Texto: A Coruja de Minerva: reflexões sobre a teoria na prática

O primeiro ponto debatido no texto é a indagação entre a teoria e a prática. Para os leigos, a teoria recorre ao mundo do pensamento e reflexão, enquanto a prática, recorre ao mundo da ação, do fazer coisas. Continua o autor afirmando que os leigos, sobre essa perspectiva, consideram teoria e prática como pontos distintos. A segunda, é tipicamente considerada mais real e, normalmente, funciona como arbítrio da primeira: “isso pode estar bem na teoria, mas como funcionaria na prática?” Explica-se a teoria, de forma pejorativa, como inexequível, irreal ou acadêmica. A prática é interpretada como a antítese da teoria, ou seja, como não teórica. Esta visão foi destruída por filósofos da ciência social, que demonstraram de forma conclusiva que a mais inocente observação do que está “lá fora” é conceitualmente mediada pelas ideias em nossa cabeça. As pessoas, e não apenas os acadêmicos, teorizam sobre as causas e consequências do mundo social e age com base nisso. Assim como existe uma variedade de práticas e teorias, também há uma variedade de concepções de prática e teoria. Organização, teórica e prática, estão entre os conceitos mais contestados nas ciências humanas e sociais. Na teoria organizacional, é importante porque não só reflete apenas a prática organizacional, mas também porque ajuda a constituir essa prática. Para Friedrich Hegel, a relação entre a coruja e a filosofia ocorre da seguinte maneira: “a coruja de minerva alça seu vôo somente com o início do crepúsculo. O papel da filosofia é justamente elucidar o que não é claro ao censo comum, é alertar acerca da vida”. Inclusive, a coruja possui visão 180x mais aperfeiçoada do que a do homem e, além disso, seu pescoço é capaz de girar 360˚, dando-lhe uma visão completa, capacitando-a a ver o todo – não é a toa que a coruja é chamada de vigilante da noite, visto que possui grande capacidade de observação. Hegel faz uma comparação