Teoria das Organizações
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Sessão II
Disciplina: PAD508 – Teoria das Organizações
Aluno: Samuel Pinto Colen
Texto 1: Teorização Organizacional: um campo historicamente contestado
Os estudos organizacionais têm origens históricas nos escritos de pensadores do século XIX, como Saint Simon, que procuravam interpretar as nascentes transformações ideológicas e estruturais geradas pelo capitalismo industrial (Wolin, 1961).
No início do século XX as grandes unidades organizacionais demandavam incrementos de capacidade administrativa, pois não permitiam a coordenação personalizada e direta devido a sua complexidade.
Segundo Wolin (1961), as organizações foram racionalmente projetadas para resolver conflitos permanentes entre as necessidades coletivas e as vontades individuais que vinham obstruindo o progresso social desde os dias da Grécia Antiga. De acordo com o mesmo autor, “organização” significa um método de controle social, um meio de impor ordem, estrutura e uniformização à sociedade.
A esperada garantia de progresso material e social por meio do incremento tecnológico contínuo da organização moderna e da administração científica hoje em dia parece cada vez mais distante.
Vivemos em uma fase da ciência “revolucionária”, não mais uma fase de ciência normal (Khune, 1970). A ciência revolucionária ocorre quando os “pressupostos comuns” sobre o objeto de estudo, os modelos de interpretação e o próprio conhecimento estão expostos à crítica e reavaliação contínuos.
A fragmentação e a descontinuidade tornam-se as características predominantes da identidade e da rationale do campo de estudos, ao invés da estabilidade e coesão que caracterizam a ciência normal.
O objetivo do presente capítulo é reconstruir a história do desenvolvimento intelectual da teoria organizacional de forma a balancear contexto social com ideias teóricas, bem como condições estruturais