A corrosão do caráter
Apartir da 2ª metade do século XVIII, surge a divisão do trabalho, deixando de prevalecer a economia do Domus (surgimento da fábrica que não tinha nenhuma ligação com a moradia).
Para Diderot, a nova ordem industrial levava a uma rotina precisa. Tudo tem seu lugar definido e todos sabem o que fazer. Para ele, mais que uma repetição mecânica de uma tarefa, havia a constante evolução, a medida que os trabalhadores aprendiam como manipular e alterar cada estágio do processo de trabalho. Diderot acreditava que dominando a rotina e seus ritmos, as pessoas assumem o controle e se acalmam.
Já Adam Smith considera utópico o ideal de Diderot. Para ele a rotina embrutece o espírito. Mesmo ele sendo a favor do livre mercado, tinha consciência do lado negro da industrialização, que era em função da rotina imposta pela nova ordem econômica, através da divisão do trabalho. Mesmo a exemplo de sua fábrica de alfinetes, que possuía a mesma divisão do trabalho da fábrica de papel de Diderot, ele considerava desastroso, em termos humanos, organizar o tempo de trabalho dessa forma. Para Adam Smith, a especialização de funções, condenaria os trabalhadores a um tédio mortal, a um processo autodestrutivo. A falta de controle sobre o tempo de trabalho significa morte espiritual. O trabalhador que executa umas poucas tarefas de modo repetitivo, se torna estúpido e ignorante.
Questionamento: A sociedade moderna está em revolta contra o tempo rotineiro burocrático?
O mundo está passando simplesmente pôr uma revolução no que tange a questão do tempo rotineiro, regular e previsível. Acredita-se cada vez mais que a rotina na execução de tarefas, dentro do modelo burocrático, engessa as ações, impedindo medidas mais flexíveis que visem atender a demandas variáveis. Portanto, a sociedade moderna deixa claro que o quadro apresentado por Adam Smith a um século e meio atrás, traduz os constantes desajustes das pessoas