Corrosão do caráter

Richard Sennett .– A Corrosão do caráter: conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record,1999.

Sennett se apóia na vertente Weberiana em seu texto, extraindo o essencial. Ele começa discorrendo sobre o conceito da flexibilidade; esta veio substituir o fordismo e destruir os males da rotina.
O sistema de poder que se esconde nas modernas formas de flexibilidade consiste em três elementos: reinvenção descontínua de instituições; especialização flexível e concentração sem centralização. Essa flexibilidade foi comparada com a sensação do “eu” pelos filósofos modernos, sendo este “eu” nosso consciente, podendo ser sensível, insensível, sentir calor, frio, ou seja, ser flexível. Para Adam Smith esse pensamento discutido está ligado a individualidade e para John Stuart Mill está ligado a liberdade pessoal, mas essa busca pela flexibilidade acaba por produzir novas estruturas de poder e controle, que consistem nos três elementos citados acima.
A flexibilidade das empresas e das instituições públicas e privadas na sociedade de hoje em dia busca minimizar ou mesmo destruir os males da rotina. O comportamento flexível instiga um lado pessoal de liberdade e estar sempre aberto a mudanças e se tornar adaptável à elas. Porém ao invés de criar estruturas libertarias, criou-se novos sistemas de poder e controle.
A reinvenção descontinua de instituições está apoiada no sistema fragmentado a pseudo mudança flexível da qual ataca o sistema burocrático e busca reinventar de forma padronizada e operacional as instituições para não haver uma linearidade e continuidade do presente com o passado.
A especialização flexível apresenta variedade e diversidade de produtos disponíveis cada vez mais rápidos no mercado acompanhando a volatilidade das relações sociais e da demanda do consumidor.
A concentração sem centralização é uma concentração do poder sem a centralização de poder de forma que há a descentralização do poder através da desagregação